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22-06-2005

Escriturária e motorista contrariam acusação


Águeda

Uma antiga escriturária da empresa Unicola contrariou a acusação e sustentou em tribunal, na última terça-feira, a versão do ex-deputado Cruz Silva (PSD) de que sua empresa forneceu, por diversas vezes, tintas e colas que facturou à Câmara de Águeda. Já um motorista da empresa de tubos Arsol disse ter descarregado vários camiões de tubos em diversas localidades de Águeda.

Encomendas agrafadas às facturas

Segundo a acusação, a Unicola, empresa que pertenceu ao antigo deputado Cruz Silva, facturou à autarquia fornecimentos de tintas e colas que nunca chegaram a ser feitos, o mesmo se passando com remessas de tubos de outra empresa de S. João da Madeira. Vendas fictícias que terão lesado os cofres da autarquia em 250 mil euros.

Maria Clara, escriturária da Unicola entre 1986 e 2003, actualmente desempregada, foi uma das testemunhas ouvidas pelo Tribunal de Águeda que está a julgar o presidente da Câmara de Águeda, Castro Azevedo (PSD), Cruz Silva, ex- deputado da Assembleia da República, o presidente da Junta de Freguesia de S. João da Madeira, Joaquim Costa Mateus (PSD), e mais quatro empresários.

Maria Clara confirmou ao colectivo de juízes que a Câmara Municipal de Águeda, era cliente da Unicola e que, por várias vezes, mandou um funcionário buscar produtos. “Normalmente eram poucos litros de tinta e colas, mas só o responsável do armazém saberá as quantidades”, contudo, “podem ter sido efectuadas vendas de grandes quantidades de tintas”, sublinhou Maria Clara.

Explicou ainda que, habitualmente, “as notas de encomenda ficavam agrafadas às facturas ou às vendas a dinheiro”. No entanto, disse desconhecer as vendas manuscritas pelo ex-deputado que fazem parte do processo. “Não percebo bem as notas da encomenda. Não era hábito passar vendas a dinheiro de quantias tão elevadas”, afirmou Maria Clara, não colocando de parte que tais fornecimentos tivessem sido feitos por Cruz Silva.

Relativamente aos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Águeda explicou não se lembrar se eram clientes. “Mas se fossem clientea de vendas a dinheiro não faziam parte da listagem formal da Unicola”.

Camiões de tubos para Águeda

Já Fernando Teixeira, antigo motorista da Arsol, de São João da Madeira, confirmou ter descarregado “vários camiões carregados de tubos de saneamento em Águeda”, nomeadamente em Mourisca do Vouga, Aguada de Cima, e nas proximidades do Mercado Municipal e ainda da Revigrés”.

Fernando Teixeira prontificou-se a explicar que os horários constantes das guias de transporte raramente coincidiam com o horário real da saída dos camiões, justificando que “as horas que apareciam eram desfasadas devido a emissão das facturas com alguma antecedência”.

Confirmou ainda os testemunhos de Joaquim Mateus, gerente da Arsol, que os tubos eram deixados no local muitas das vezes sem que alguém rubricasse as guias. “Após descarregarmos o camião podiam ficar com o número de guia, mas nem sempre assinavam um comprovativo de deixarmos o material”, reforçou o motorista.

Fernando Teixeira afiançou ainda que as guias de transporte eram sempre emitidas em nome da câmara ou dos serviços municipalizados e que continham o número de telefone da pessoa que o encaminha ao local da descarga.

Locais, que João Figueiredo, inspector da Polícia Judiciária, fotografou, mas que não soube especificar se nas imediações estavam a decorrer ou não obras de saneamento.

Durante a tarde de terça-feira, o tribunal ouviu também o presidente da Junta de Freguesia de Valongo do Vouga, local que foi visitado na altura pela PJ que verificou a existência ou não dos tubos de sanemamento.

O julgamento prossegue dia 21 com a audição de mais testemunhas, estando marcados já os dias 5, 6, 7 e 8 de Julho para as audiências seguintes.

Pedro Fontes da Costa
pedro@jb.pt


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